Introdução
O solo se origina pela decomposição de rochas dos mais diversos tipos. A ação dos fatores endógenos sobre estas rochas leva ao intemperismo deste material, levando a pedogênese que corresponde ao processo de formação do solo. O solo pode ser entendido como uma camada de material inconsolidado, existente entre a litosfera e a atmosfera que se originou no decorrer do tempo geológico.
Processo de formação de solos
Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html
Dentre as principais ciências que estudam o solo, se destacam:
- Edafologia:
realiza o estudo dos solos, sob uma perspectiva de seu uso para as
plantas (agricultura), sendo uma ciência utilizada pela agronomia, engenharia
florestal, entre outros.
- Pedologia
é um ramo da geografia física que estuda o solo em sua gênese, analisando os
processos de formação e agentes de transformação do mesmo em seu ambiente
natural e sua evolução na paisagem geográfica e natural.
Dentre os agentes internos que atuam sobre a rocha, levando a pedogênese estão à ação do clima (chuva, variação de temperatura entre outros) a ação biológica (raízes, bactérias entre outros) e a ação antrópica. A ação destes fatores acaba desgastando a rocha, produzindo partículas cada vez menores, formando os solos. O material resultante do intemperismo pode continuar no local onde se formou ou ser transportado para outras regiões.
Fonte: www.ofitexto.com.br/conteudo/deg_230595.htm
O processo de formação e desgaste do solo acontece concomitante, pois ao mesmo tempo em que o solo está sendo formado pelo processo pedogenético, também está sendo destruído pelos processos externos como a erosão. Geralmente, os processos se interagem em harmonia, quando esta harmonia é quebrada o solo sofre com o desgaste erosivo, perdendo grande parte de sua camada agricultável.
O solo denominado Residual (autóctone) é o tipo de solo que foi originado a partir da rocha mãe e permaneceu no local de sua origem.
Perfil de solo residual (Miguel - 2007)
www.fec.unicamp.br/~pjra/mecsolos.html
O solo transportado, ao contrário do residual não permanece no seu local de origem, sendo transportado por agentes como o mar, os rios, o vento e o gelo.
De acordo com o tempo decorrido e/ou o tipo de intemperismo atuante o solo pode se apresentar com estruturas grosseiras (pedregulhos e areia) ou estruturas mais finas (argila e silte).
Formação dos solos
A formação dos solos está condicionada a fatores externos, sendo transformado com a atuação de diferentes climas existentes, por organismos que interagem no seu interior e pelo tempo.
O clima é o fator mais importante dentre todos, pois dentro do fator clima, acontecem as variações de temperatura (intemperismo mecânico) e a precipitação, levando a morfogênese do solo.
Os organismos podem contribuir com a formação solo através do intemperismo físico, como as raízes ou mesmo químico, por meio dos ácidos que são criados pelas plantas. Além de auxiliar na formação dos solos, ainda tem a capacidade de proteção, uma vez que protege o solo dos impactos diretos da chuva e de erosões com o auxílio das raízes.
O intemperismo químico está diretamente ligado a ação da água no solo, levando a decomposição do mesmo.
E o tempo é o mais imperceptível a nós seres humanos, porém não é menos importante, pois por meio do tempo geológico é que o solo adquire a sua “maturidade” adquirindo maiores profundidades.
As etapas para a formação de um determinado solo são resultados de processos muito lentos e tem a sua variação de região para região, estando diretamente ligado as modificações climáticas. Em média, calcula-se que cada centímetro de solo demore entre 100 e 400 anos para se formar.
Estudo do perfil do solo
Ao analisarmos um perfil topográfico observamos que o material existente em um mesmo perfil apresenta-se completamente diferente de acordo com que vai se aprofundando, para explicar esta diferenciação horizontal, foi constatado que podem ocorrer quatro processos diferentes:
- Adição: Quando ocorre a adição de um novo mineral, matéria orgânica ou mesmo água.
- Remoção: Quando ocorre a perda de material
- Transporte: Quando determinados elementos se movimentam no solo (horizonte de perda= eluvial / horizonte de entrada= iluvial)
-Transformação: Metamorfose de elementos como exemplo a solidificação de matéria orgânica.
A análise do perfil de um solo é realizada com o intuito de entender o comportamento morfogenético do solo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Soil_sci.jpg
As diferentes camadas apresentadas pelo solo são conhecidas como horizontes e o conjunto destes horizontes formam um perfil. Quanto mais distante este horizonte estiver da rocha mãe, mais antigo será este solo.
Esquema representando o perfil do solo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo
Segue abaixo o detalhamento dos horizontes que compõem um perfil:
- Horizonte O: Corresponde ao horizonte orgânico mais superficial do solo. É constituído por um material decomposto e outro em decomposição e é dividido em O1 e O2
- Horizonte A: Horizonte superficial, apresentando grande mistura mineral e de matéria orgânica proveniente de processos agropastoris.
- Horizonte B: Camada com maior concentração de argilas e minerais advindos de horizontes acima dele, (Iluvial), por isto tem colocação mais forte.
- Horizonte C: Horizonte onde ocorre a mistura entre solo e rochas alteradas, correspondendo ao saprólito.
- Horizonte R: Este horizonte é correspondente a rocha matriz, não alterado (exemplos: granito e basalto).
Observe no exemplo abaixo, a diferenças de cores entre as camadas:
Fonte: www.escola.agrarias.ufpr.br/perfildosolo.html
Neste perfil, o horizonte A é mais escuro devido à presença da matéria orgânica, porém não é um solo orgânico com predomínio superior da matéria mineral. O horizonte B está com a cor mais avermelhada, indicando a presença de ferro em grande quantidade (iluvial). O horizonte C já se apresenta com uma variedade maior de cores, evidenciando as características da rocha mãe de possui coloração.
Pode acontecer de um solo não apresentar alguns horizontes, como no perfil abaixo, em que o solo apresenta o horizonte A e logo para o horizonte R, isto se deve a ser uma área com solo jovem:
Perfil de solo jovem
Fonte: www.escola.agrarias.ufpr.br/perfildosolo.html
Parte da água advinda das precipitações escoa superficialmente (enxurradas), mas outra parte desta água acaba infiltrando no solo, fluindo verticalmente até atingir uma rocha ou camada de solo impermeável e pare de escoar verticalmente. Dependendo do evento chuvoso, pode atingir a saturação do solo, encharcando o mesmo, um metro cúbico de areia, por exemplo, quando saturada, pode conter até 400 litros de água.
Entre os grãos do solo, existem vazios que são preenchidos por água quando ocorre à precipitação, entre esses grãos em momentos onde não ocorre chuva, o ar ocupa os vazios e este ar é utilizado pelas raízes das plantas e pelos animais que vivem no solo (fauna endopedônica).
Em situações em que a camada superior do solo esteja compactada, o escoamento superficial (enxurrada) acontecerá de forma exagerada, levando a lixiviação do solo. A antropização da paisagem com construções, pavimentação e intenso desmatamento também pode levar a redução da infiltração, causando sérios problemas para os rios e para o solo.
Lixiviação:
Lavagem do solo retirando seus nutrientes.
SOLOS - CLASSIFICAÇÃO QUANTO A TEXTURA
A textura do solo identifica a proporção de areia, silte ou argila que o solo possui. O uso comercial de um solo é determinado por esta propriedade, uma vez tem influência direta na capacidade de infiltração e retenção de água no solo.
Para a determinação textura temos:
Argila: partícula com diâmetro inferior a 0, 005
mm
Silte:
partícula com diâmetro entre 0,005mm e 0,05mm
Areia
fina: partícula com diâmetro entre 0,05mm e 0,42mm
Areia
média: partícula com diâmetro entre 0,42mm e 2,0mm
Areia
grossa: partícula com diâmetro entre 2,0mm e 4,8mm
Pedregulho:
partícula com diâmetro entre 4,8 e 76 mm
Os solos podem ser agrupados quanto à textura como:
- Arenosos: Possui grande quantidade de areia, geralmente acima de 70% e argila abaixo de 15%. Este tipo de solo é permeável, possui baixa capacidade de retenção e baixa quantidade de matéria orgânica. São solos propensos a processos erosivos.
Solo Arenoso
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php
- Argilosos: Teores de argila superiores a 35% com baixa permeabilidade e elevada capacidade para reter a água. São solos resistentes a erosão, mas muito susceptíveis a compactação. O destaque para este tipo de solo é a Terra roxa, encontrado no sul do Brasil e o Massapê no nordeste do Brasil, um dos solos mais férteis do país.
Solo argiloso.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php
A Terra roxa é um solo argiloso muito fértil, sendo formado a milhões de anos pela decomposição do basalto. Sua origem está em derrames vulcânicos ocorridos durante a separação da Gondwana (América do Sul e África) no período mesozóico. É marcado pela aparência avermelhada.
Terra Roxa
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php
- Siltosos: Apresentam grande quantidade de silte e geralmente são muito erosíveis, pois o silte não se agrega como a argila e ainda têm o ponto negativo de possui suas partículas muito leves e pequenas, fáceis de serem transportados.
- húmicos: Grande quantidade de matéria orgânica, considerado um solo fértil, em razão da quantidade de húmus, o solo apresenta coloração escura.
Solo humífero
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php
- Calcários: Neste tipo de solo, encontra-se uma grande quantidade de calcário que pode ser utilizado na fertilização de outros solos.
Em alguns solos do Brasil, a camada superficial do solo é composta por sedimentos arenosos e a inferior por sedimentos argilosos, isto acaba facilitando a infiltração em superfície e inibindo a infiltração em sub-superfície. Dependendo do relevo e da cobertura vegetal presente nesta área, este tipo de solo estará mais susceptível a erosão.
A cor também é uma característica que identifica o solo. Habituamos-nos a dizer que o solo tem a cor marrom, mas na realidade ele apresenta várias cores. A tabela de Münsell é utilizada para determinar a cor padrão de um solo. Quando a tonalidade desta cor é mais escura, identifica maior quantidade de matéria orgânica e com isto solos com maior fertilidade, a cor avermelhada identifica a presença de óxidos de ferro, a cor preto-azulada demonstra um solo com presença de magnésios, solos com grande quantidade de quartzo possuem coloração clara, solos com excesso de água apresentam-se na tonalidade cinza, pois os óxidos de ferros são lixiviados, entre outros.
A porosidade corresponde aos vazios que o solo apresenta. Geralmente solos com maior quantidade de vida (insetos, minhocas, entre outros), auxiliam na infiltração da água, levando nutrientes de um horizonte para outro.
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