quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

SOLOS


Introdução


O solo se origina pela decomposição de rochas dos mais diversos tipos. A ação dos fatores endógenos sobre estas rochas leva ao intemperismo deste material, levando a pedogênese que corresponde ao processo de formação do solo. O solo pode ser entendido como uma camada de material inconsolidado, existente entre a litosfera e a atmosfera que se originou no decorrer do tempo geológico.



Processo de formação de solos

Fonte: http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html


Dentre as principais ciências que estudam o solo, se destacam:


 - Edafologia: realiza o estudo dos solos, sob uma perspectiva de seu uso para as plantas (agricultura), sendo uma ciência utilizada pela agronomia, engenharia florestal, entre outros. 
 - Pedologia é um ramo da geografia física que estuda o solo em sua gênese, analisando os processos de formação e agentes de transformação do mesmo em seu ambiente natural e sua evolução na paisagem geográfica e natural.


Dentre os agentes internos que atuam sobre a rocha, levando a pedogênese estão à ação do clima (chuva, variação de temperatura entre outros) a ação biológica (raízes, bactérias entre outros) e a ação antrópica. A ação destes fatores acaba desgastando a rocha, produzindo partículas cada vez menores, formando os solos. O material resultante do intemperismo pode continuar no local onde se formou ou ser transportado para outras regiões.




Fonte: www.ofitexto.com.br/conteudo/deg_230595.htm

O processo de formação e desgaste do solo acontece concomitante, pois ao mesmo tempo em que o solo está sendo formado pelo processo pedogenético, também está sendo destruído pelos processos externos como a erosão. Geralmente, os processos se interagem em harmonia, quando esta harmonia é quebrada o solo sofre com o desgaste erosivo, perdendo grande parte de sua camada agricultável.


O solo denominado Residual (autóctone) é o tipo de solo que foi originado a partir da rocha mãe e permaneceu no local de sua origem.



Perfil de solo residual (Miguel - 2007)

www.fec.unicamp.br/~pjra/mecsolos.html


O solo transportado, ao contrário do residual não permanece no seu local de origem, sendo transportado por agentes como o mar, os rios, o vento e o gelo.


De acordo com o tempo decorrido e/ou o tipo de intemperismo atuante o solo pode se apresentar com estruturas grosseiras (pedregulhos e areia) ou estruturas mais finas (argila e silte).


Formação dos solos


A formação dos solos está condicionada a fatores externos, sendo transformado com a atuação de diferentes climas existentes, por organismos que interagem no seu interior e pelo tempo.


O clima é o fator mais importante dentre todos, pois dentro do fator clima, acontecem as variações de temperatura (intemperismo mecânico) e a precipitação, levando a morfogênese do solo.


Os organismos podem contribuir com a formação solo através do intemperismo físico, como as raízes ou mesmo químico, por meio dos ácidos que são criados pelas plantas. Além de auxiliar na formação dos solos, ainda tem a capacidade de proteção, uma vez que protege o solo dos impactos diretos da chuva e de erosões com o auxílio das raízes.


O intemperismo químico está diretamente ligado a ação da água no solo, levando a decomposição do mesmo.


E o tempo é o mais imperceptível a nós seres humanos, porém não é menos importante, pois por meio do tempo geológico é que o solo adquire a sua “maturidade” adquirindo maiores profundidades.


As etapas para a formação de um determinado solo são resultados de processos muito lentos e tem a sua variação de região para região, estando diretamente ligado as modificações climáticas. Em média, calcula-se que cada centímetro de solo demore entre 100 e 400 anos para se formar.


Estudo do perfil do solo


Ao analisarmos um perfil topográfico observamos que o material existente em um mesmo perfil apresenta-se completamente diferente de acordo com que vai se aprofundando, para explicar esta diferenciação horizontal, foi constatado que podem ocorrer quatro processos diferentes:


- Adição: Quando ocorre a adição de um novo mineral, matéria orgânica ou mesmo água.

- Remoção: Quando ocorre a perda de material

- Transporte: Quando determinados elementos se movimentam no solo (horizonte de perda= eluvial / horizonte de entrada= iluvial)

-Transformação: Metamorfose de elementos como exemplo a solidificação de matéria orgânica.


A análise do perfil de um solo é realizada com o intuito de entender o comportamento morfogenético do solo.




Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Soil_sci.jpg


As diferentes camadas apresentadas pelo solo são conhecidas como horizontes e o conjunto destes horizontes formam um perfil. Quanto mais distante este horizonte estiver da rocha mãe, mais antigo será este solo.



Esquema representando o perfil do solo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo

Segue abaixo o detalhamento dos horizontes que compõem um perfil:

- Horizonte O: Corresponde ao horizonte orgânico mais superficial do solo. É constituído por um material decomposto e outro em decomposição e é dividido em O1 e O2

- Horizonte A: Horizonte superficial, apresentando grande mistura mineral e de matéria orgânica proveniente de processos agropastoris.

- Horizonte B: Camada com maior concentração de argilas e minerais advindos de horizontes acima dele, (Iluvial), por isto tem colocação mais forte.

- Horizonte C: Horizonte onde ocorre a mistura entre solo e rochas alteradas, correspondendo ao saprólito.

- Horizonte R: Este horizonte é correspondente a rocha matriz, não alterado (exemplos: granito e basalto).


Observe no exemplo abaixo, a diferenças de cores entre as camadas:



Fonte: www.escola.agrarias.ufpr.br/perfildosolo.html

Neste perfil, o horizonte A é mais escuro devido à presença da matéria orgânica, porém não é um solo orgânico com predomínio superior da matéria mineral. O horizonte B está com a cor mais avermelhada, indicando a presença de ferro em grande quantidade (iluvial). O horizonte C já se apresenta com uma variedade maior de cores, evidenciando as características da rocha mãe de possui coloração.

Pode acontecer de um solo não apresentar alguns horizontes, como no perfil abaixo, em que o solo apresenta o horizonte A e logo para o horizonte R, isto se deve a ser uma área com solo jovem:



Perfil de solo jovem
Fonte: www.escola.agrarias.ufpr.br/perfildosolo.html


Parte da água advinda das precipitações escoa superficialmente (enxurradas), mas outra parte desta água acaba infiltrando no solo, fluindo verticalmente até atingir uma rocha ou camada de solo impermeável e pare de escoar verticalmente. Dependendo do evento chuvoso, pode atingir a saturação do solo, encharcando o mesmo, um metro cúbico de areia, por exemplo, quando saturada, pode conter até 400 litros de água.

Entre os grãos do solo, existem vazios que são preenchidos por água quando ocorre à precipitação, entre esses grãos em momentos onde não ocorre chuva, o ar ocupa os vazios e este ar é utilizado pelas raízes das plantas e pelos animais que vivem no solo (fauna endopedônica).

Em situações em que a camada superior do solo esteja compactada, o escoamento superficial (enxurrada) acontecerá de forma exagerada, levando a lixiviação do solo. A antropização da paisagem com construções, pavimentação e intenso desmatamento também pode levar a redução da infiltração, causando sérios problemas para os rios e para o solo.

Lixiviação: Lavagem do solo retirando seus nutrientes.


SOLOS - CLASSIFICAÇÃO QUANTO A TEXTURA 

A textura do solo identifica a proporção de areia, silte ou argila que o solo possui. O uso comercial de um solo é determinado por esta propriedade, uma vez tem influência direta na capacidade de infiltração e retenção de água no solo.

Para a determinação textura temos:

Argila: partícula com diâmetro inferior a 0, 005 mm
Silte: partícula com diâmetro entre 0,005mm e 0,05mm
Areia fina: partícula com diâmetro entre 0,05mm e 0,42mm
Areia média: partícula com diâmetro entre 0,42mm e 2,0mm
Areia grossa: partícula com diâmetro entre 2,0mm e 4,8mm
Pedregulho: partícula com diâmetro entre 4,8 e 76 mm


Os solos podem ser agrupados quanto à textura como:


- Arenosos: Possui grande quantidade de areia, geralmente acima de 70% e argila abaixo de 15%. Este tipo de solo é permeável, possui baixa capacidade de retenção e baixa quantidade de matéria orgânica. São solos propensos a processos erosivos.




Solo Arenoso
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php


- Argilosos: Teores de argila superiores a 35% com baixa permeabilidade e elevada capacidade para reter a água. São solos resistentes a erosão, mas muito susceptíveis a compactação. O destaque para este tipo de solo é a Terra roxa, encontrado no sul do Brasil e o Massapê no nordeste do Brasil, um dos solos mais férteis do país.



Solo argiloso.
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php


A Terra roxa é um solo argiloso muito fértil, sendo formado a milhões de anos pela decomposição do basalto. Sua origem está em derrames vulcânicos ocorridos durante a separação da Gondwana (América do Sul e África) no período mesozóico. É marcado pela aparência avermelhada.



Terra Roxa
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php


- Siltosos: Apresentam grande quantidade de silte e geralmente são muito erosíveis, pois o silte não se agrega como a argila e ainda têm o ponto negativo de possui suas partículas muito leves e pequenas, fáceis de serem transportados.

- húmicos: Grande quantidade de matéria orgânica, considerado um solo fértil, em razão da quantidade de húmus, o solo apresenta coloração escura.



Solo humífero
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/Solo8.php


- Calcários: Neste tipo de solo, encontra-se uma grande quantidade de calcário que pode ser utilizado na fertilização de outros solos.


Em alguns solos do Brasil, a camada superficial do solo é composta por sedimentos arenosos e a inferior por sedimentos argilosos, isto acaba facilitando a infiltração em superfície e inibindo a infiltração em sub-superfície. Dependendo do relevo e da cobertura vegetal presente nesta área, este tipo de solo estará mais susceptível a erosão.

A cor também é uma característica que identifica o solo. Habituamos-nos a dizer que o solo tem a cor marrom, mas na realidade ele apresenta várias cores. A tabela de Münsell é utilizada para determinar a cor padrão de um solo. Quando a tonalidade desta cor é mais escura, identifica maior quantidade de matéria orgânica e com isto solos com maior fertilidade, a cor avermelhada identifica a presença de óxidos de ferro, a cor preto-azulada demonstra um solo com presença de magnésios, solos com grande quantidade de quartzo possuem coloração clara, solos com excesso de água apresentam-se na tonalidade cinza, pois os óxidos de ferros são lixiviados, entre outros.

A porosidade corresponde aos vazios que o solo apresenta. Geralmente solos com maior quantidade de vida (insetos, minhocas, entre outros), auxiliam na infiltração da água, levando nutrientes de um horizonte para outro.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Geologia – Carvão Mineral

Recursos minerais (Energéticos) 

- Carvão mineral

O planeta Terra, em aproximadamente 4,5 bilhões de anos, surgindo na era Azóica. A era Paleozóica começou a 500 milhões de anos e durou 300 milhões de ano e foi nos últimos períodos desta era, principalmente no período Carbonífero que aconteceu o soterramento de gigantescas florestas que com o passar do tempo geológico deu origem ao carvão mineral.

Este carvão é formado por troncos de árvores gigantes que cresceram em pântanos rasos do nosso planeta. Estas árvores depositaram-se no fundo destes pântanos e ficaram encobertos pela água, e os sedimentos foram recobrindo todo este material que com o passar do tempo, sofreram a ação da temperatura e da pressão do interior do planeta, carbonizando o tecido da matéria orgânica vegetal, formando o carvão mineral.

A existência destas florestas gigantescas se deve a um período da Terra com grande quantidade de CO2 na atmosfera.

Processo de formação de uma jazinda carbonífera

Este fonte de energia é a segunda mais utilizada no mundo, perdendo apenas para o petróleo. Sua grande importância surgiu com a Primeira Revolução industrial (Inglaterra – Sec. XIX), quando as máquinas à vapor passaram a utilizar o carvão como fonte de energia.

Os países que apresentam as maiores reservas de carvão mineral são a Rússia e os EUA, porém os maiores produtores são China e os EUA.


De acordo com o tempo de formação, a matéria orgânica pode se transformar em turfa, linhito, hulha ou antracito, onde a principal diferença entre cada tipo de carvão é o percentual de carbono existente.

Percentual de carbono por tipo de carvão: 

Para a formação da Turfa leva apenas algumas dezenas de milhares de anos, material com um percentual bem mais elevado de carbono que a celulose. Após mais algumas dezenas de milhares de anos, a turfa multiplica seu teor de carbono, transformando-se no linhito, após mais alguns milhões de anos, surge a hulha e após em antracito, com teores de carbono muito elevado, próximos de 90%. O Antracito é o melhor carvão, pois possui o maior poder energético.

Para a utilização do carvão mineral em caldeiras é necessário que o carvão tenha pequeno teor de cinza, para que tenha um bom resultado na queima. Embora outras fontes de energia tenham ganhado espaço frente o carvão mineral, a participação deste combustível ainda é relevante no mundo.

Mina de Carvão – China

Carvão Mineral

O Brasil possui reservas pequenas e de baixa qualidade (Cinzas) de carvão mineral, o que prejudica a sua utilização como fonte de energia.

As nossas maiores reservas estão no Vale do Jacuí no estado do Rio Grande do sul, mas a mior produção está nos vales do rio Tubarão e vale do rio Araranguá em Santa Catarina (aproximadamente 2 bilhões de toneladas), a produção do estado do Paraná não tem grande importância, principalmente pela baixa qualidade do carvão.

Composição do carvão brasileiro: 

Diferentemente do carvão mineral, o carvão vegetal é produzido a partir da lenha. A carbonização da lenha é praticada em fornos de carvoarias que em vários casos apresentam condições desumanas de trabalho, inclusive com trabalho infantil.

Forno de carvoaria


Geologia - Gás Natural

Recursos minerais (Energéticos) 

- Gás natural

Entende-se por gás natural, a mistura de hidrocarbonetos leves (metano, etano, propano, butano e outros gases), onde o metano tem a participação maior, chegando a aproximadamente 70% do volume total.

O gás natural é encontrado em rochas porosas do subsolo onde o mesmo pode ser acumulado. Ele pode ou não estar associado a depósitos de petróleo, pois o mesmo é formado pela decomposição da matéria orgânica de microorganismos de forma anaeróbica. A formação do gás natural está ligada a formação de petróleo.

Formação de gás natural

O gás natural pode ser obtido em jazidas ou por meio da queima de biomassa. Quando obtido pela queima da biomassa é considerado fonte renovável. É uma fonte de energia limpa quando comparado ao petróleo e o carvão, mas também tem sua participação no efeito estufa do planeta. 

De acordo com a IEA (Agência Internacional de Energia), as reservas de gás natural são finitas e com o atual ritmo de uso do mesmo, a estimativa é que as jazidas acabem em 100 anos.

O transporte de gás para outras regiões e até mesmo outros países pode ser realizado por meio de tubulações, são os gasodutos, tubulações que resistem a altas pressões. No Brasil, temos o gasoduto Bolívia-Brasil.

O gás natural (Liquefeito (GNL) corresponde ao gás natural na fase líquida, o que facilita na estocagem e transporte do gás principalmente para uso doméstico e esta mudança de fase é possível com o resfriamento do gás com o auxílio do próprio reservatório.

Reservatório de gás natural


Infra-estrutura do gás natural no Brasil – Fonte: www.anp.gov.br

Gasoduto 

O gás natural pode ser utilizado nas indústrias (principalmente geração de energia elétrica), residências (aquecimento do ambiente e de água), automóveis (combustível) e no comércio (aquecimento de ambiente).

Participação das fontes de energia na matriz brasileira (2008):


Os maiores produtores de gás natural do mundo são o Canadá, Estados Unidos e Rússia.
Maiores produtores de gás natural do mundo

O mapa abaixo nos fornece informações com relação às reservas de gás da América do Sul e principais gasodutos.

Gasodutos – América do Sul 
Fonte: http://www.cegas.com.br/imagens/grafbrasilbolivia.gif

- Gasoduto Brasil-Bolívia

O Gasoduto Bolívia-Brasil, conhecido também como Gasbol, possui 3.150 quilômetros de extensão, sendo 2.593 quilômetros só no Brasil. O gasoduto começou a ser construído em 1997 e iniciou suas operações em 1999.

O gasoduto Bolívia-Brasil é uma via de transporte em forma de dutos que liga a Bolívia e o Brasil, seu custo total foi de 2 bilhões de dólares.

O inicio do gasoduto é em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) chegando até Canoas/RS (Brasil), no total o duto corta 135 municípios do Brasil.


No dia 1º de Maio de 2006, o então presidente da Bolívia, Evo Morales fez o anúncio da nacionalização das jazidas e instalações de petróleo e gás natural da Bolívia, ficou claro a fragilidade do Brasil frente a dependência externa ao gás natural.

Charge – Evo Morales e a estatização

A decisão de nacionalização foi baseada no referendo de julho de 2004, em que a própria população decidiu pela nacionalização.

Na década de 90, a Petrobrás, juntamente com a BP (Britânica), e a Repsol (Espanhola), venceram a disputa para a exploração das reservas bolivianas, mas com a estatização feito por Evo, todas as reservas de petróleo e gás foram repassadas para a estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), com auxílio dos militares para desocupação dos estrangeiros nos campos de petróleo e refinarias.

Dentre as empresas que faziam exploração, produção e transporte na Bolívia e que foram prejudicadas estão: A Petrobrás (Brasil), Repsol YPF (Argentina e Espanha), Canadian Energy (Canadá), Total Fina Elf (França), British Gas e British Petroleum (Reino Unido), Dong Wong (Coréia) e El Pso Energy (Texas/EUA)

O Brasil uma grande quantidade de gás natural boliviano, ao ponto de o consumo brasileiro representar 18% do PIB da Bolívia.


Geologia - Petróleo

Recursos minerais (Energéticos)

- Petróleo

O petróleo é formado pela mistura de compostos de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos). Sua formação acontece em depressões preenchidas por sedimentos (bacias sedimentares) em ambiente aquoso (lago ou mares) e progressivos processos de rebaixamento para o recebimento de novos sedimentos.

A explicação para sua formação parte da decomposição do plâncton marinho, originando-se então da matéria orgânica, principalmente das algas que são soterradas por sedimentos e em condições de ausência de oxigênio, pois com a presença do mesmo o material orgânico seria decomposto. Com este ambiente, a matéria orgânica passa a sofrer transformações decorrentes da modificação da temperatura e da pressão causada pelo soterramento.

A transformação do material em petróleo demanda milhões de anos. Tempo necessário para que a temperatura e a pressão possam atuar sobre a matéria orgânica.

A rocha geradora do petróleo, não permanece com o óleo em sua estrutura, esta rocha é apenas a rocha geradora, esta é praticamente impermeável, o petróleo migra para rochas porosas adjacentes a rocha geradora, geralmente arenitos, que são as rochas reservatórios.


Dentre as jazidas petrolíferas mais importantes, se destacam as jazidas do Oriente Médio, Rússia, Estados Unidos, América Central e norte da América do Sul.

Dentre os subprodutos do petróleo, os mais importantes são o gás (metano, etano, propano e butano), a gasolina, parafina, solventes e o querosene.

A transformação dos subprodutos do petróleo ocorrem nas refinarias. Nas refinarias, o petróleo é submetido a vários processos ligados ao calor (temperatura) para obtenção de seus derivados.

A instalação de uma refinaria de petróleo, geralmente acontece próximo a áreas produtoras de petróleo. E seu transporte para as áreas mais distantes acontece por oleodutos (dutos) e navios petroleiros quando o transporte é realizado para outros países/continentes.



A OPEP (Organização dos Países exportadores de Petróleo) foi criada em 1960 e seu objetivo era a concorrência contra as “Sete Irmãs” norte-americanas e britânicas.

As Sete Irmãs formam um cartel criado para dominar o mercado petrolífero mundial. As empresas americanas, que faziam parte da Standard Oil, se juntaram as empresas anglo-britânicas para controlar o mercado e impor baixo preços.

O cartel era formado pelas empresas:
  • Royal Dutch Shell. Atualmente chamada simplesmente de Shell. 
  • Anglo-Persian Oil Company (APOC). Mais tarde, British Petroleum Amoco (BP).
  • Standard Oil of New Jersey (Esso). atualmente, ExxonMobil.
  • Standard Oil of New York (Socony). atualmente, ExxonMobil.
  • Texaco. Fundiu-se com a Chevron, formando a ChevronTexaco de 2001 até 2005, quando o nome da companhia voltou a ser apenas Texaco.
  • Standard Oil of California (Socal). Porteriormente formou a Chevron, que incoporou a Gulf Oil e porteriormente se fundiu com a Texaco.
  • Gulf Oil. Absorvida pela Chevron, posteriormente ChevronTexaco.
Percebe-se então que as sete irmãs se tornaram apenas quatro: ExxonMobil, Chevron Texaco, Shell e BP.

A OPEP é formada pelos países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, e também forma um cartel.

Atualmente os membros da OPEP são: África (Angola/2007, Argélia/1969, Líbia/1962 e Nigéria/1971), América do Sul (Venezuela/1960, Equador/1973/2007), Oriente Médio (Arábia Saudita/1960, Emirados Árabes Unidos/1967, Irã/1960, Kuwait/1960, Qatar/1961).

O Gabão (África) e a Indonésia (Ásia) são países que não pertencem mais a OPEP. O Gabão pertenceu ao grupo de 1975 a 1994 e a Indonésia de 1962 a 2008. O Equador (América do Sul) suspendeu sua adesão em 1992 e retornou a organização em 2007.

Membros da OPEP

Observe no gráfico abaixo a distribuição das reservas de petróleo pelo mundo:

Reservas de petróleo 

No Brasil, a exploração do petróleo até meados de 1938 era realizado sob livre iniciativa, após 1938 todas as riquezas do subsolo do Brasil foram nacionalizadas pelo governos e a partir de 1953 foi estabelecido o monopólio estatal pelo governo Getúlio Vargas por meio da Lei 2004, criando a Petrobrás. Hoje a petrobrás é uma das grandes indústrias petrolíferas do mundo, reconhecida e respeitada por sua tecnologia.

A exploração no Brasil acontece principalmente no mar, cerca de 85% das reservas brasileiras estão na Bacia de Campos no Rio de Janeiro. Com aproximadamente 65 milhões de km² de terrenos sedimentares, 90% delas ainda não estão sendo exploradas como deveria, algumas delas não são exploradas por não apresentarem petróleo ou quantidade muito pequena (Maranhão e Pará),

As refinarias da petrobrás são estrategicamente localizadas de norte a sul do país, com capacidade para suprierem a necessidade do mercado brasileiro com todos os derivados possíveis do petróleo.

Segue abaixo as refinarias brasileiras:

1. Refinaria Landulpho Alves (Rlam) - Mataripe, Bahia

2. Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) - Cubatão, São Paulo

3. Refinaria Duque de Caxias (Reduc) - Campos Elíseos, Rio de Janeiro

4. Refinaria Gabriel Passos (Regap) - Betim, Minas Gerais

5. Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) - Canoas, Rio Grande do Sul

6. Refinaria de Paulínia (Replan) - Paulínia, São Paulo

7. Refinaria de Manaus (Reman) - Manaus, Amazonas

8. Refinaria de Capuava (Recap) - Mauá, São Paulo

9. Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) - Araucária, Paraná

10. Refinaria Henrique Lage (Revap) - São José dos Campos, São Paulo

Fonte: http://www.clickmacae.com.br/?sec=368&pag=pagina&cod=216

Oito regiões suprem a produção doméstica do Brasil em petróleo: Solimões, Ceará, Potiguar, Sergipe-Alagoas, Recôncavo, Espírito Santo, Campos e Santos

Mapa das bacias sedimentares brasileiras. Indicação de províncias produtoras de óleo e gás

Dutos de transporte de petróleo e derivados – Centro-Sul


Pré-sal

O pré-sal é uma área recém descoberta para exploração de petróleo, localizado entre 5 e 7 km de profundidade. Com as três reservas já comprovas (Tupi, Iara e Parque das Baleias), a produção salta de 14 bilhões de barris para 33 bilhões de barris, além de outras reservas ainda não comprovadas que podem atingir de 50 a 100 bilhões de barris.

Pré-sal – Localização

Esta camada de sal começou a ser depositado no período de abertura do oceano Atlântico, com a separação do supercontinente Gondwana a 140 milhões de anos atrás (Jurássico superior – Cretáceo). Neste período a região se caracterizava como uma área de mar raso e clima semi-árido a árido.


Os campos do Pré-sal se estendem ao longo da Costa brasileira desde o estado de Santa Catarina até o Espírito Santo.

Cientistas da Unb (Universidade de Brasília), descobriram um crustáceo de menos de 1 mm, chamados de ostracodes. Estes crustáceos ajudam na datação das rochas que são propensas a formação do petróleo.


Desde 2008 a prospecção no campo de Jubarte (Bacia de Campos), acontece por meio da plataforma P-51, como projeto piloto na prospecção do pré-sal. Segundo a Petrobrás, a empresa possui tecnologia para a extração e pretende desenvolver novas tecnologias para a exploração em águas profundas.

Segundo especialistas, com a grande exploração da bacia de Tupi, o Brasil entrará par o ranking dos maiores países produtores e exportadores de petróleo, só com Tupi, a produção atual de 14 bilhões de barris irá aumentar 50%. Especialistas também enfatizam a não entrada do Brasil na OPEP, uma vez que independente, poderá negociar mais facilmente o produto no mercado e estará fora de uma organização onde a maior parte dos países integrantes vivem em conflitos.








Geologia do Brasil – Minerais

Minerais

Os minerais são entendidos com substâncias com composição química definida, origem inorgânica, estrutura interna organizada de forma geométrica e que ocorre naturalmente na crosta terrestre ou em outros corpos celestes, ou seja, os minerais diferentemente das rochas são formados por um único elemento.

Quartzo

Ouro 

Diamante 

Os minerais são recursos naturais de grande importância para o homem, pois podem ser de grande utilidade para a fabricação de utensílios domésticos, jóias, materiais para construção e principalmente como fonte de energia.

Podemos classificar os minerais em 03 grupos distintos:

- Minerais metálicos: São compostos por elementos físicos e químicos do metal como o ferro, o cobre, chumbo, zinco, alumínio, entre outros.

- Minerais não-metálicos: Não possuem elementos físicos e químicos do metal como o diamante, calcário, enxofre, sal, entre outros.

- Minerais energéticos: São compostos por elementos de origem orgânica como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral.

Minerais Metálicos

O Ferro está entre os recursos minerais mais abundantes no Brasil, que possui a quinta maior reserva mundial, com isto o Brasil se destaca entre os maiores produtores e maiores exportadores do minério no mundo.


As principais jazidas de ferro do Brasil estão localizadas no Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, na Serra dos Carajás (Pará) e no Maciço do Urucum no estado do Mato Grosso do Sul).

A principal área produtora de ferro do Brasil, está localizada em Minas Gerais, no Quadrilátero Ferrífero que representa 75% da produção esta área está representada pela cidades de Belo Horizonte, Congonhas do Campo, Mariana e Santa Bárbara. A Companhia Vale do Rio Doce é a responsável pela produção de ferro no Quadrilátero e a produção voltada a exportação utiliza a estrutura a estrada de ferro Vitória-Minas para escoar o produto até o Porto de Tubarão no estado do Espírito Santo.

O Maciço do Urucum está localizado na área compreendida pelo Pantanal. Estas reservas não são muito exploradas por estarem muito distantes dos mercados consumidores e pela baixa qualidade do ferro encontrado na jazida.

A jazida da Serra dos Carajás é considerada uma das maiores do mundo em quantidade de minério de ferro, possuindo ainda grandes reservas de manganês. A produção é realizada pela Companhia Vale do Rio Doce e a produção é escoada para o mercado externo pelo Porto de Itaqui em São Luiz/Maranhão.

Além do ferro, o Brasil também é grande produtor de manganês, possuindo a sexta maior reserva do planeta. A maior parte destas reservas está localizada na Serra dos Carajás (PA) e no Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais, na Serra do Navio (Amapá) a produção já está escassa. O Brasil abastece grandes mercados com o manganês como os EUA, França, Alemanha e Japão.

Máquinas de Mineração – Carajás/PA

O alumínio pode ser encontrado na Amazônia, Amapá, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. O Brasil está em terceiro lugar na quantidade de reserva da bauxita, possuindo quase 14% das reservas mundiais do minério.

Dentre os minérios de grande consumo no mundo, o cobre ocupa a terceira colocação, perdendo apenas para o ferro e o alumínio. A maior reserva deste minério está localizada no Chile que possui aproximadamente 27% do total mundial,o Brasil possui pouco menos que 2% das reservas mundiais, sendo dependente do mercado externo para suprir a necessidade interna. No Brasil encontra-se cobre nas jazidas de Camaquã, no Rio Grande do Sul, Caraíba na Bahia e Carajás no Pará.


Dentre os produtos que o Brasil importa em grande quantidade estão o cobre, o enxofre e o mercúrio, no entanto estes minérios podem ser encontrados em pequenas quantidades no país.

A cassiterita, de onde se extrai o estanho pode ser encontrado no estado de Rondônia, o sal marinho nas regiões nordestinas de Areia Branca, Macau, Açú e Mossoró do Rio Grande do norte e no Rio de Janeiro.

A região de Serra Pelada no localizado no estado do Pará, teve grande importância na década de 1980, quando aconteceu a abertura do maior garimpo a céu aberto do mundo. Pessoas de várias regiões do Brasil e até de outros países foram para a região de Serra Pelada para explorar o ouro e grande parte destas pessoas enriqueceram do dia para noite.


Segundo dados da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), o país ocupa a sexta posição no ranking de reservas de urânio. Inicialmente foram prospectados apenas os campos da Mina da Lagoa Real em Caetité (Bahia) e Santa Quitéria no Ceará). Sua aplicação mais importante está na produção de energia, principalmente o U235, através da fissão nuclear, que leva a evaporação da água de um tanque que leva ao acionamento de turbinas gerando energia elétrica, mas também pode ser utilizado na fabricação de projéteis de armas de fogo com liberação de radiação.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Geologia – Geologia do Brasil

Estrutura Geológica brasileira

A geologia do território brasileiro é compreendida por três estruturas geológicas. Os Escudos Cristalinos são áreas Pré-cambrianas e ocupa 36% da superfície do país, destes 36%, 32% dos terrenos são arqueano e apenas 4% dos terrenos cristalinos são do proterozóico, com formação de minerais como o ferro, manganês entre outros.

As bacias sedimentares são formações mais recentes abrangendo aproximadamente 56% do território brasileiro. As bacias sedimentares do paleozóico carbonífero são áreas onde se encontra o carvão mineral, já nas áreas do Mesozóico, encontra-se as jazidas de petróleo. Nas áreas mais recentes (cenozóico), formam-se as planícies.

Por fim, temos ainda no Brasil, os terrenos vulcânicos, que ocupam aproximadamente 8% do território brasileiro. Estas áreas foram submetidas a derrames vulcânicos no período mesozóico e estes derrames deram origem ao basalto que com a ação do intemperismo deu origem a “Terra Roxa”, o solo mais fértil do Brasil.

Os escudos cristalinos encontram-se expostos em alguns pontos, dentre eles o escudo das Guianas no norte da bacia do Amazonas, o escudo do Brasil central é também conhecido como Guaporé e se encontra no interior do Brasil e o escudo do Atlântico que se localiza na porção oriental do Brasil, conforme mapa abaixo.


Em vários pontos estes escudos se encontram expostos (aproximadamente 50% do território), e nas outras áreas esta plataforma composta pelos escudos acima mencionados são preenchidas por sedimentos, formando as bacias sedimentares.

Rochas

Através de uma análise das rochas e minerais, é possível entender um pouco sobre a origem e a evolução do planeta Terra.

Existem três tipos de rochas a serem analisadas, as rochas ígneas, sedimentares e metamórficas.

As rochas ígneas ou magmáticas são originadas da solidificação do magma. Nestas rochas pode-se encontrar vários metais como o ouro, cobre, estanho dentre outros. O tamanho dos cristais de cada tipo de rocha ígnea depende de seu tempo de resfriamento. Quando o magma leva mais tempo para se resfriar, o tempo para o resfriamento leva a formação de cristais maiores, afinal houve tempo para a formação dos minerais, ao contrário, quando o resfriamento é rápido, não havendo tempo para a formação dos minerais, a rocha apresentará cristais menores.

O processo de resfriamento lento é possível quando o magma se resfria no interior da Terra, são as chamadas rochas plutônicas ou intrusivas, como o granito. Quando o magma entra em contato com o ambiente (lava), o mesmo irá se resfriar rapidamente este tipo de rocha ígnea é conhecida como rocha vulcânica ou extrusiva, como o basalto, por exemplo.



Granito 

As rochas sedimentares são produto de intemperismo de rochas expostas ao tempo. Após erodidas, podem ser transportadas e levadas a áreas depressivas, este material será transformado em uma rocha sedimentar, quando for compactado e cristalizado, levando a cimentação dos grãos dos sedimentos, este processo se chama diagênese.

Por meio das rochas sedimentares, os geólogos e paleontólogos conseguem importantes informações da vida na Terra ao longo do tempo, através de fósseis encontrados neste tipo de rocha.

Economicamente, as rochas sedimentares são detentoras de minerais importantes como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral.

As rochas sedimentares podem ser classificadas como clásticas ou detríticas, quando formadas por acumulação de fragmentos de minerais (arenito, folhelho), químicas quando resultam da precipitação de substâncias dissolvidas em água (estalactites e estalagmites) ou orgânica, quando formadas por restos de seres vivos (carvão e calcário).

Formações sedimentares
Fonte: http://www.cientic.com/imagens/pp/sedim3/sl_25.jpg

Rocha: Arenito

Rocha: Calcário

Estalagmites - Formações que surgem na parte inferior de uma caverna

Estalactites – Formações que surgem na parte superior da caverna

As rochas metamórficas são rochas que sofrem metamorfose a partir de outra rocha. Esta transformação ocorre com a variação de pressão e/ou temperatura.

Dentre os exemplos mais clássicos de transformação litológica, encontram-se as cadeias de montanhas. Com as elevadas temperaturas e pressões do interior da Terra, levam a formação de rochas metamórficas a partir das rochas que irão subductar a placa continental (como nos Andes).

Alguns exemplos de rochas metamórficas são o gnaisse, formado a partir do granito; a ardósia, formada a partir do xisto; o mármore, formado a partir do calcário, e o quartzito, formado a partir do arenito.

Gnaisse – Metamórfica do granito 

Mármore – Metamórfica do Calcário

Usos do Calcário: Produção de cimento, cal, utilizado para correção de Ph do solo (calagem), fundente de metalúrgicas, pedra ornamental) 


O ciclo das rochas

Percebe-se por meio do ciclo das rochas, a dinâmica que o planeta Terra apresenta, pois, uma rocha pode se transformar em outra rocha. As intensas atividades magmáticas no interior do planeta, deram origem as rochas magmáticas. Estas rochas, quando expostas à atmosfera, sofrem a ação do intemperismo, levando as rochas a erosão. Após erodidas podem ser transportadas e depositadas em áreas depressivas, constituindo as rochas sedimentares que podem derivar de rochas ígneas, metamórficas e mesmo de rochas sedimentares). Estas rochas, também podem ser levadas a certos ambientes completamente diferentes da área onde a rocha se formou com diferentes temperaturas e pressões e se transformar em outras rochas, estas passam a serem chamadas de rochas metamórficas.

O ciclo das rochas é uma demonstração da instabilidade do nosso planeta, evidenciando as constantes metamorfoses que o planeta Terra passa no decorrer do tempo geológico.

Fonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/introducao.html